79% dos usuários têm problemas com planos de saúde em SP, diz pesquisa
Pesquisa feita pelo Datafolha, em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), concluiu que 79% dos usuários de plano de saúdeenfrentam problemas com o serviço. O levantamento ouviu 861 pessoas do Estado de São Paulo com idade a partir de 18 anos, entre homens e mulheres, que tinham plano ou seguro de saúde e que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses.
Os relatos de problema têm aumentado. Pesquisa nos mesmos moldes feitas no ano passado constatou que, em 2012, 77% dos usuários tiveram algum tipo de reclamação. Apesar do índice de problemas apontados, após o atendimento, 67% dos clientes se disseram satisfeitos com seus planos.
“É uma contradição porque as pessoas se queixam muito e, no final, quase 70% se dizem satisfeitos com seus planos. A conclusão é que as queixas maiores são relacionadas às dificuldades de acesso ao serviço. A partir do momento em que se ultrapassa todos esses obstáculos e a pessoa é atendida, ela fica satisfeita com o atendimento”, diz Ladislau Rosa, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
O serviço de pronto-atendimento foi o que mais apresentou problemas, segundo os usuários ouvidos pela pesquisa: 80% das pessoas que recorreram ao serviço relataram algum tipo de falha. Entre os que passaram por consultas médicas, 66% teve alguma reclamação. Já entre os que tiveram acesso a exames diagnósticos, 47% relatou contratempos.
Nos pronto-atendimentos, a principal reclamação foi o local de espera lotado: 74% dos usuários com reclamações apresentaram essa queixa. A demora no atendido foi mencionada por 55% dos entrevistados. O serviço foi utilizado por 59% dos usuários de planos de saúde.
Para Meinão, existe uma deficiência de unidades de emergência e de leitos hospitalares no Brasil. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza de 3 a 5 leitos a cada mil habitantes. No Brasil, tesmo 2,3 leitos a cada mil habitantes, portanto é uma deficiência muito grande”, afirma.
Quanto às consultas médicas, utilizadas por 97% dos usuários, a principal queixa foi a demora na marcação de consultas, apontadas por 52% das pessoas que tiveram problemas nessa área. Meinão citou uma resolução da ANS que fixa prazos para marcação de consultas. “Mas isso não tem sido observado. Em algumas especialidades, a marcação leva dois a três meses”, afirma.
Na opinião de João Ladislau Rosa, os resultados da pesquisa mostram que os planos de saúde “estão economizando à custa da saúde das pessoas que eles se comprometeram a atender”.
Outra revelação da pesquisa foi que, apesar de possuírem plano de saúde, 30% dos entrevistados afirmaram terem recorrido ao SUS ou a serviços particulares nos últimos dois anos por falta de opções de atendimento em seu plano de saúde. A frequência dessa situação teve um aumento de 10 pontos porcentuais em relação ao levantamento feito no ano passado.
Fonte: G1